Canteiro de Obras – Espaço de Organização e Eficiência

Embora muitas vezes não percebamos, o mercado da construção civil ainda é um local inóspito para mulheres. É dever de todos dentro dessa área, torná-la um ambiente mais receptivo e respeitoso às mulheres de todos setores ligados à construção.

Por ser um mercado dominado por homens, é necessário alcançar equidade e mostrar que a mão de obra feminina é tão qualificada e competente quanto a masculina. Para isso, nessa semana da mulher, dedicamos esse artigo à história das mulheres na construção civil.

Cenário atual

Segundo uma pesquisa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a presença feminina no campo da construção civil cresceu 120% nos 10 anos anteriores à ela. Existiam em 2018, mais de 200 mil mulheres atuantes no setor de construção no Brasil, desmistificando a fama de sexo frágil e mostrando a competência perante as oportunidades.

O canteiro de obras sempre foi considerado uma zona de força bruta, porém essa ideia tem sido modificada com o passar dos anos. Com ofertas salariais melhores, um espaço de crescimento profissional e uma maior liberdade de atuação, a inserção feminina no mercado tem aumentado cada vez mais. Para tal, é interessante uma leitura e análise dos velhos comportamentos e estigmas machistas dentro da área. Dessa maneira, após analisados torna-se possível evitar a perpetuação de tais  comportamentos.

A adaptação do mercado

A situação das mulheres no mercado da construção civil tem mudado bastante durante os últimos anos. Essas profissionais recebem cada vez mais aceitação e incentivo perante o setor. Ganham cada vez mais espaço e destaque devido à apresentação de seu trabalho competente e exemplar.

Na RAIS (Reação Anual de Informação Social), o Ministério do Trabalho mostrou o significativo crescimento da presença de mulheres nas construções. Foi um aumento de 10% entre 2006 e 2016. Muitos que pensam ser um percentual ínfimo, não sabem que esse número representa mais de 219 mil vagas, um resultado extremamente significativo para uma quantidade conquistada em um período significativamente curto.

Em matéria da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), tal dado sobre a participação de mulheres no mercado de trabalho da construção civil é extremamente reforçado. Ainda é destacado pelo órgão que, a partir de uma pesquisa realizada, obteve-se informações de que profissionais mulheres têm recebido muito mais aceitação e incentivo a partir de homens da área. Isso representa uma grande mudança de pensamento e postura para com a presença feminina nesse setor.

Apesar do crescente reconhecimento profissional feminino em construtoras e canteiros de obras, é imprescindível lembrar que ainda há muita luta e trabalho a serem realizados para a total igualdade de gênero no mercado.

A necessidade de adaptação dos espaços de trabalho foi extremamente apontada pelos entrevistados da CBIC, que destacaram o atraso do setor em tal aspecto. Banheiros e vestiários, assim como, os uniformes e salas de descanso necessitam de adaptação para a mão-de-obra feminina. Dessa forma, a garantia do respeito e reconhecimento torna-se mais fácil de ser alcançada.

Leis de Incentivo

Para aumentar a participação feminina na área, foram criadas diversas leis de incentivo a partir do surgimento das novas conquistas e da mudança de visão e mentalidade. Um dos principais exemplares dessas leis é a Lei nº 7.875.

Aprovada e posta em ação pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, essa lei obriga que haja pelo menos uma cota de 5% das vagas para emprego de obras públicas no Rio para mulheres.

No estado de Minas Gerais, houve também a aprovação de uma lei semelhante. Isso mostra o aumento do reconhecimento e a crescente vontade de maior presença profissional feminina no setor de construção civil.

Capacitação e Luta

Existem diversas ações pelo país que lutam pela capacitação de mulheres dentro do mercado da construção civil, como por exemplo o carioca “Projeto Mão na Massa”, que já inseriu mais de 1000 mulheres no mercado por meio do oferecimento de cursos profissionalizantes. A maioria das mulheres participantes no projeto antes eram donas de casa em vulnerabilidade social.

Outro projeto que formou inúmeros profissionais como pedreiras, azulejistas, ceramistas, entre outras, foi a ONG “Mulher em construção”. Gaúcha, ela já profissionalizou mais de 4 mil mulheres. Além de assuntos técnicos, a ONG também aborda assuntos sociais como o respeito e a tolerância.

A inserção de mulheres no mercado torna-se cada vez mais urgente para alcançar a igualdade social, por isso é importante ser lembrado sempre que possível.

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